Freitag, 16. Februar 2007

Signos da cidade janeiro/2007





















Muitas das cenas que vemos em São Paulo diariamento nos passam desapercebidas, pois já estão instaladas na nossa rotina.O que veria um estrangeiro, um vienense, ao passar pelas
Moramos numa cidade industrial, cuja população é composta basicamente de nordestinos (a cidade do atual presidente a república, o Lula) que vêem para cá em busca de trabalho. Há alguns anos ainda existia aqui uma classe média, e alguns executivos estrangeiros que trabalhavam nas multinacionais da região. Nesta época era possível encontrar um comércio dirigido a esta faixa da população. Existia então uma padaria alemã, uma loja de frios alemã também, um ou dois restaurantes alemães, hotéis, e comércio adequado a esta faixa de consumo. Mas, com a falta de investimento nas indústrias daqui, esta camada da popualção foi diminuindo, dando lugar a mais favelas e mais classes C e D. Lula fêz com que esta camada tivesse um pouco mais de acesso a consumo e com isso o comércio da cidade se reorganizou para atender a esta demanda.
Fiz, então, fotos das fachadas das lojas populares, do pequeno comércio e do grafismo da cidade.As fotos das vitrines da Oscar Freire e de São Bernardo estavam no mesmo filme, possibilitando então que se percebesse o contraste entre os signos das duas classes sociais. À medida que a população tenha mais cultura menos signos e informações são necessários para que se decodifique o tipo de comércio de cada loja. É como se o semi-analfabetismo necessitasse de mais informações visuais para que a mensagem fosse lida adequadamente. Nas lojas da Oscar Freire não vemos números de telefone e muitas vezes nem sequer o nome da loja. Uma pequena informação é suficiente para que o leitor culto decodifique toda a mensagem. Enquanto isso, na cidade operária, é necessário um excesso de informações, todos os números de telefone que o comerciante possua, além de , às vezes, haver inclusive a informação de preço. Isso resulta numa grande poluição visual, onde muitas vezes perde-se a real mensagem por excesso de informação. Observa-se que no comércio popular as informações são dadas através de pintura mural, muitas vezes primitivas e bastante coloridas. Evidentemente, que isto é devido ao fator econômico, sempre existe alguém com uma habilidade artística na família ou na comunidade, para fazer este tipo de trabalho. Nenhuma regra de programação visual é respeitada, e, logicamente, não existe sofisticação na mensagem visual.

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